‘A gente não quer falar todes’


Em meio às polêmicas da agressão sofrida no debate da TV Cultura, pouco repercutiu uma afirmação do candidato Pablo Marçal (PRTB) sobre suas propostas para a educação caso seja eleito prefeito de São Paulo.

Marçal foi agredido pelo candidato do PSDB, José Luiz Datena, durante o debate na TV Cultura no último domingo, 15 de setembro, após reiterar provocações feitas em outros debates.

Porém, em entrevista ao O Antagonista, Marçal afirmou que vai “banir o comunismo” da educação na rede municipal de escolas públicas, incluindo também materiais que vão contra o senso comum em relação à infância:

“Tudo que tiver pornografia infantil, estímulo à erotização infantil, aborto, tudo que vá contra a tradição do povo brasileiro, contra o vernáculo. A coisa mais linda que a gente tem culturalmente é a língua portuguesa. A gente não quer falar ‘todes’. A gente não quer cantar o hino nacional ‘des filhes deste solo’. Vai c****”, disse, protestando contra o dialeto usado pelos militantes da ideologia de gênero.

O episódio em que uma militante cantou o Hino Nacional no dialeto neutro foi referido por Marçal como um exemplo a ser combatido: “Seus filhos não vão cantar desse jeito, isso não existe, é um desrespeito. Inclusive é uma contravenção. Porque o ‘Boules’ não está respondendo por isso? Eu vim de escola pública, e a gente cantava o Hino Nacional todo dia. Foi só parar de cantar o Hino Nacional que esse inferno desses malucos desses comunistas começaram a cantar ‘des filhes’. O que é ‘des filhes’?”, questionou.

“Vamos colocar livros de empreendedorismo, educação financeira, tecnologia, profissão do futuro, de empresarização [sic]. Acho que não vai ter tempo para essas balelas que não levam a lugar nenhum”, propôs, explicando que as decisões serão tomadas em equipe: “Quem vai fazer isso é o secretário de Educação com equipe técnica. Só que o prefeito vai pegar uma BIC e vai colocar ‘é proibido colocar livro de idiotização’. Nós não vamos romantizar a idiotização na cidade de São Paulo”.

Ao final, o candidato retomou uma proposta feita pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em 2020, que apresentou o PL 4425 propondo a criminalização da apologia ao comunismo: “Tinha que criminalizar no Congresso. Isso nunca prestou em lugar nenhum. Nós, como povo, precisamos amadurecer a ponto de criminalizar como criminalizamos o nazismo, porque o comunismo matou mais gente que o nazismo. Povo vem com essa conversinha fiada, depois vira uma Venezuela que [o ditador] perde uma eleição e não sai nunca mais”, finalizou Pablo Marçal.

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